Lapinha da Serra - MG - Junho/2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quem lucra com o pânico?



É pouco provável que nós, sociedade, imprensa, partidos e outros entes saibamos, de verdade, as causas dos ataques perpretados na capital do RJ.

É pouco provável que exista uma só causa, pois um tema tão complexo como a violência e a criminalidade não podem ser resumidos a três ou quatro frases de manchetes ou 2 minutos de editoriais televisivos.

Mas cada parte da sociedade, a seu modo, e devido a seus interesses, vai procurar respostas, que quase sempre serão incompletas, quando não totalmente equivocadas. Aqui, na questão da segurança pública, o melhor é saber fazer as perguntas certas.

Quem sabe assim possamos escapar a lógica que nos domina há tempos, de procurar "culpados", ou "inimigos números 1", para encaixar a perspectiva que apenas serve para manipular a opinião pública, e cumprir os desígnios obscuros de algumas agendas políticas.

Não se trata de síndrome da conspiração, ou de reeditar o "roteiro tropa de elite 2".

Mas se há uma virtude no olhar arbitrário(atenção: isso não é uma crítica do filme) do diretor em relação a temática: polícia-crime-sociedade, foi lançar luz sobre a zona cinzenta dos poderes e como a sociedade legitima práticas que depois se voltam contra ela mesma.

Esse é o caso que assistimos na tela da vida real. É possível que aja uma coordenação de ações de reação de criminosos a política de segurança pública do governador? Sim, é possível, mas pouco provável. Primeiro, é preciso desmontar o mito de que tráfico de drogas, EM SUA ESCALA DE VAREJO (bocas nos morros), é crime organizado.

Não é, nem nunca foi até agora. Pode ter certo domínio territorial, as "bocas" funcionam com certa hierarquização e divisão de tarefas, e assédio das forças policiais com a corrupção, o popular "arrego".

Mas nada que permita encaixar esses eventos na estrutura de crime organizado, com infiltração no aparato estatal, nos eixos decisórios, como fizeram o Jogo do Bicho, a máfia dos caça-níqueis e agora, as milícias.

O nível de organização do tráfico se restringe a sua esfera "atacadista". Lá não há disputas, o sangue não transborda das telas e jornais, nem choca a opinião pública. Onde há guerra, não há estabilidade e organização.

O tráfico não se organiza porque ainda não se legitimou como atividade paralegal, como fizeram os bicheiros nas Escolas de Samba, clubes de futebol, etc, e as milícias nas esferas de poder parlamentar e executivo, com sua escalada eleitoral e política.

Na verdade, historicamente, quem "organizou" o tráfico foram as polícias, imprensa e sociedade.

A polícia porque não dava conta de combater o problema em onde era necessário (lavagem de dinheiro, tráfico de armas e redes internacionais de distribuição atacadista), e por isso superdimensionou "o inimigo local", o gerente e dono do morro, que passaram assim, a serem "maiores" do que eram. Era preciso pescar sardinha, e falar que pescou tubarão.

A imprensa pelos motivos óbvios: sensacionalismo, e disseminar o pânico na classe média para reverberar preconceitos e chancelar o extermínio e a violência policial. Enquanto "gente de bem", dos degraus mais altos do jetset, banqueiros, comerciantes de artes, carros de luxo, advogados, etc, e todos os ramos ligados a lavagem de dinheiro passavam longe das páginas policiais.

E a sociedade para corroborar suas escolhas políticas representadas nos seus governantes eleitos, que respondiam seus "anseios" combatendo a violência com mais e mais violência.

Assim, criamos o mito moderno do supervilão da favela.

No entanto, a prova disso, de que não há organização nas redes de varejo de drogas é a "guerra" que travam entre si para demarcar seus pontos de venda.

Essa etapa já foi superada há tempos pelas atividades que descrevemos como organizadas (jogo do bicho, maquininhas, transporte pirata e por último, as milícias), e que lhes permitem centrar fogo na sua atividade-fim, salvo os períodos de sucessão e de redivisão de territórios, provocados por morte/prisão dos "capo famiglias", como vemos há pouco tempo no Rio.

Sendo assim, é pouco provável que traficantes "gastem" tempo e dinheiro para atrair a atenção da polícia, a ira e a sede de sangue da classe média, o "apetite" do governo em demosntrar que "não tolera" afronta com repressão violenta, quando nada ou pouco tem a ganhar com tais ações terroristas.

A definição clássica de terrorismo é apropriada para definir os eventos: Uso de dano ou lesão a pessoas/patrimônio, sem que estejam relacionadas com os agressores, e sem resultado patrimonial ou qualquer ganho logístico(território, armas, etc), com intenção de disseminar pânico e desafiar a ordem estatal.

Traficantes do RJ, depois de vários anos, já demonstraram que raras vezes recorreram a tais métodos para "tocar suas empresas", muito embora sempre estivessem associados a outros ataques ocorridos.

Hoje, a política de UPPs é um importante agente regulador do mercado de drogas ilícitas no RJ. Se a venda cai, é verdade, também caiu o risco de invasão "inimiga", o que libera parte do "capital" empregado na compra de armas, e diminui a necessidade de mão-de-obra para "contenção".

Eu já me referi a esse fato há muito tempo, desde o início da implantação dessas Unidades de "Propaganda" Pacificadora, e dias desses um colunista do JB online concordou, e foi copiado por uma página eletrônica de um jornal local.

Mas voltemos a pergunta inicial: Quem lucra com o pânico?

Há quem sempre deseje desestabilizar secretários de segurança, fato corriqueiro em transição de governos, ainda que este tenha sido reeleito.

Mas há outros setores que lucram DEMAIS com a indústria de (in)segurança pública:

Os setores que vendem armas, carros e todo o tipo de material e serviços para órgãos públicos, que já estão de olho na recolocação de seus aliados em postos-chave, tendo em vista que o "grosso" dos contratos serão celebrados em 2011 e 2012, com vistas a Copa de 2014.

Por fim, não é demais lembrar: No PAN 2007, de acordo com investigações da CPI das milícias da ALERJ, essas "organizações" cresceram no entorno das instalações pan-olímpicas e nos seus corredores de transporte, e pelo jeito com que foram tratadas pelo então secretário de segurança (Marcelo Itagiba)que foi o deputado eleito em 2006 que, justamente, distribuiu sua votação nesses redutos e teve 18,6% dos votos concentrados em Rio das Pedras (ver Carta Capital, coluna Maurício Dias, dessa semana), esse fato não foi mera coincidência.

Como agora as milícias se transformaram em um estorvo, pode ser que os "argumentos" para forçar mudanças de "rumo", e incremento do "combate ao terror" tenham "se incendiado" novamente.

Afinal, quem mais lucraria com o pânico, senão quem o disseminasse para oferecer proteção?
Fonte: texto recebido por e-mail sem assinatura de autoria.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vento Norte: a fúria de Bóreas



A alcunha “setentrional” – termo sinônimo para coisas relativas ao norte – vem da mitologia romana. Setentrião é o Titã latino equivalente ao grego Bóreas, que representava o vento bravio que vinha do norte. Bóreas era freqüentemente descrito como muito forte, de temperamento bravio; um homem velho, alado, com cabelos longos e revoltos, segurando uma concha e vestindo uma capa.
Essa mitologia remete qualquer santa-mariense a um mesmo fenômeno climático: o Vento Norte. É aqui na cidade que existem as condições ideais para a formação do vento. Para começar, a localização geográfica. Santa Maria está na depressão topográfica que corta o centro do Rio Grande do Sul de leste a oeste, do litoral à fronteira. Ao norte, a escarpa do Planalto da Bacia do Paraná, ou seja, a “serra” que sobe até Itaara. A influência do relevo na formação do Vento Norte acontece da seguinte maneira: em determinadas condições climáticas – o choque entre uma massa de ar de origem polar e uma tropical, por exemplo – cria uma turbulência na atmosfera que, por conseqüência, gera o Vento. Esse vento sopra de norte para sul, do norte do estado em direção a Santa Maria. Conforme a altitude do terreno vai baixando, o Vento ganha velocidade por força gravitacional. Ao encontrar a borda escarpada do Planalto, o Vento Norte passa por uma turbulência ou, em outras palavras, desordena-se com as colisões contra os morros da “serra”. Ao passo que vai adentrando na zona urbana de Santa Maria, a massa de ar encontra em seu caminho ainda as barreiras artificiais – as construções da cidade – com as quais vai colidir e ganhar ainda mais velocidade. E, portanto, aborrecer (ou não) a vida de qualquer um que cruzar o caminho do vento de temperamento bravio.
As lendas – ou mitologias – criadas sob o estímulo do Vento Norte não são menores que seu poder devastador. Há quem diga que o odeia, existe também quem o aprecia; ninguém, entretanto, é indiferente. O folclore ou, novamente, a mitologia gerada no inconsciente popular de que as forças de Bóreas operam não só ao fazer ressoarem as frinchas dos galpões, mas também no humor e na lucidez das pessoas foi um dos agentes suscitadores da pesquisa de que trata a presente reportagem.
O temperamento violento de Bóreas parece tomar conta dos santa-marienses simplesmente ao soprar do Vento Norte na cidade. Segundo a professora aposentada Maria da Graça Barros Sartori, cerca de 70% das pessoas que entram em contato com o forte vento apresentam alterações de humor. A irritação causada pelo fenômeno potencializa, portanto, comportamentos violentos. Conforme o estudo realizado pela professora e os alunos João Paulo Gobo, Gabriela Portes, Felipe Monteblanco e Denis Moraes, entre 2001 e 2007, a ocorrência de violência doméstica teve uma elevação de 30% durante o período de incidência do Vento Norte.

No ano de 1997, Maria da Graça escolheu um dia de Vento Norte – com rajadas de aproximadamente 100 km/h – para fazer uma pesquisa no colégio Coronel Pilar. Distribuiu planilhas entre os professores para que estes anotassem as alterações de comportamento dos alunos. Pôde ser notada, então, uma baixa na capacidade de concentração dos alunos e, em contrapartida, a agitação entre eles aumentou.
Tal como na escola, a professora percorreu mais de mil quilômetros entre zona urbana e rural entrevistando pessoas sobre os efeitos que o Vento Norte causava nelas. Percebeu-se, pois, que os resultados não eram diferentes. As pessoas entrevistadas, além de se declararem irritadas com o vento, também tinham queixas de problemas físicos trazidos pelo fenômeno. Dessa forma, ficou claro que o Vento Norte causa alterações psico-físiológicas.
Tendo conhecimento disso, Maria da Graça entrou em contato com um médico homeopata – que fora escolhido pelo fato de pessoas envolvidas com a homeopatia acreditarem na interferência que o meio em que vivemos exerce em nossa saúde. Passou então a coletar dados sobre a pressão arterial dos pacientes e descobriu que em dias de Vento Norte havia uma alteração na pressão dessas pessoas. Contudo, não havia um padrão. O resultado de cada paciente tinha suas peculiaridades: a pressão podia ficar mais alta ou mais baixa. O que, segundo a professora, mostra que cada pessoa é diferente e reage de maneira única ao fenômeno.
A despeito da distância com a mitologia grega ou romana, o Vento Norte santa-mariense herdou de Bóreas a fúria. Ao rebojar no pé da serra, o Vento virou entidade, ganhou personalidade e faz parte da fantasia mitológica da Boca do Monte.
Repórter: Gregório Mascarenhas – glm_2311@hotmail.com
Professor responsável: Rondon de Castro – rondon@smail.ufsm.br
3º semestre
5/7/2010 

Fonte: http://w3.ufsm.br/infocampus/?p=1472

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Escola do MST tem excelente nota no ENEM em Santa Catarina



Na Escola Semente da Conquista, localizada no assentamento 25 de Maio, em Santa Catarina, estudam 112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. A escola é dirigida por militantes do MST e professores indicados pelos próprios assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior número de famílias assentadas no estado. São 1418 famílias, morando em 23 assentamentos.

A escola foi destaque no Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2009, divulgado na pagina oficial do Enem. Ocupou a primeira posição no município, com uma nota de 505,69. Para muitos, esses dados não são mais do que um conjunto de números que indicam certo resultado, mas para nós, que vivemos neste espaço social, é uma grande conquista.

No entanto, essa conquista, histórica para uma instituição de ensino do campo, ficou fora da atenção da mídia, como também pouco reconhecida pelas autoridades políticas de nosso estado. A engrenagem ideológica sustentada pela mídia e pelas elites rejeita todas as formas de protagonismo popular, especialmente quando esses sujeitos demonstram, na prática, que é possível outro modelo de educação.

A Escola Semente da Conquista é sinal de luta contra o sistema que nada faz contra os índices de analfabetismo e do êxodo rural. Vale destacar que vivemos numa sociedade em que as melhores bibliotecas, cinemas, teatros são direcionados para uma pequena elite. Mais de 100 filhos de assentados estudam na Escola. Espaços culturais são direitos universais, mas que são realidade para poucos.

E mesmo com todas as dificuldades a Escola Semente da Conquista foi destaque entre as escolas do Município. Este fato não é apenas mérito dos educandos, mas sim de uma proposta pedagógica do MST, que tem na sua essência a formação de novos homens e mulheres, sujeitos do seu processo histórico em construção e em constante aprendizado.

fonte : Diario da Classe Intersindical

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Calem a boca nordestinos

José Barbosa Junior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Metade de minha familia é do nordeste. Para ser mais especifico, de Recife, Pernambuco. Povo sofrido, esquecido propositadamente pelos politicos do sul e sudeste, que transformam a região em curral eleitoral. Mas o sofrimento não tira do nordestino o principal: seu CARÁTER e sua MORAL. Povo inteligentissimo e firme em suas convicções, e, apesar de todas as dificuldades não esmorece. De minha familia tenho advogados, agronomos, fiscais da receita federal e de alfândega, diretores de estatais, comerciantes, doutores, e a lista vai longa.

Infelizmente o racismo ou o regionalismo aparece quando o incompetente, o mediocre e sem talento, vê ameaçado o seu "mundinho" por alguem que ele considera como "nada" devido a sua arrogância e comodismo - "pobre menino[a] rico do sul - depende totalmente do papai e da mamãe".

Que o Senhor Jesus continue abençoando o povo nordestino e também do norte do país, para que produza cada vez mais frutos que movam a sociedade e a cultura desta nação!



Palavras minhas: aliás, sem palavra nenhuma!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

INCÊNDIO NAS TORRES GÊMEAS E O ABUSO DA POLÍCIA MILITAR


COMUNICADO À IMPRENSA E À SOCIEDADE

       Ontem,dia 20 de setembro de 2010, segunda-feira, às 19:00h, ocorreu um pequeno incêndio de um dos apartamentos das Torres Gêmeas, ocupação organizada há mais de 15 anos que abriga 168 famílias sem-teto, no bairro Santa Tereza em Belo Horizonte, MG. Felizmente o incêndio causou apenas pequenos ferimentos e algumas pessoas foram levadas para o hospital com intoxicação devido à inalação de fumaça. A Defesa Civil, os Bombeiros e a Polícia Militar de Minas Gerais desocuparam um dos prédios devido às operações de segurança. O incêndio foi pequeno e não causou dano algum aos outros apartamentos e tão pouco modificou o estado do prédio.
        Contudo, após evacuar o prédio, a Tropa de Choque da Polícia Militar mineira está impedindo que os moradores retornem para as suas casas utilizando cães e armas de contenção de multidões. Mais de 80 famílias estão proibidas de entrar em suas casas e muitas delas estão apenas com a roupa do corpo, entre os desabrigados encontram-se muitas crianças, doentes e idosos.  As famílias estão alojadas no antigo galpão da Pax de Minas, ao lado do Metrô Santa Efigênia, e até o momento a Prefeitura de Belo Horizonte não prestou nenhuma assistência além de fornecer um galpão abandonado.
         As autoridades presentes no local disseram que não liberarão a entrada dos moradores e que esperarão uma visita técnica de um engenheiro da prefeitura para liberar ou condenar o prédio.  Um alvará negativo significará o despejo ilegal das famílias que hoje tem sua residência nesta ocupação. Além de serem vítimas da falta de moradia, além de viverem precariamente devido à resistência da prefeitura em desapropriar o prédio em favor das famílias que nele vivem e assim reformarem o imóvel e dotá-lo de condições dignas, agora estas famílias estão ameaçadas por um despejo forçado e ilegal.
          O incêndio não é culpa das famílias que habitam o prédio, mas do descaso das autoridades que não desapropriam o imóvel e não o recuperam para dar dignidade aos moradores. O Estatuto das Cidades permite a desapropriação para interesse social. O Ministério das Cidades possui recursos para reformar o prédio. Por que não fazem isso e de fato garantam a segurança das famílias das Torres Gêmeas? O despejo não traz segurança para as famílias, apenas cria mais vítimas. Este incidente é uma oportunidade para que a Prefeitura de Belo Horizonte, o Estado de Minas Gerais e o Governo Federal tomem providências concretas no sentido de desapropriar o prédio e reformá-lo para que as famílias moradoras do mesmo tenham de fato segurança e paz.
          Contribua com a luta dos sem teto de Belo Horizonte, divulgue este comunicado e ajude as famílias a voltarem para suas casas. Se possível preste sua solidariedade levando ao local alimento e agasalhos. E os visite!

As famílias das Torres Gêmeas não aceitarão serem despejadas. Por isso lutam:

1. PELO RETORNO DAS FAMÍLIAS PARA SUAS CASAS.

2. PELA RETIRADA DA TROPA DE CHOQUE DA OCUPAÇÃO TORRES GÊMEAS

3. PELA DESAPROPRIAÇÃO DOS PRÉDIOS EM FAVOR DAS FAMÍLIAS QUE NELE VIVEM.

4. POR UMA COMISSÃO TÉCNICA DE VISTÓRIA COM A PARTICIPAÇÃO DE ENGENHEIROS INDICADOS PELOS MORADORES.

Belo Horizonte, 21 de setembro de 2010.

Associação dos Moradores das Torres Gêmeas
Brigadas Populares
Pastoral de Rua de Belo Horizonte
 
Contatos:

Célio: (31) 92548155 / Claudenice: (31) 88193052/
Guilherme: (31) 83129078/ Sandoval: (31) 87464209,
Prof. Dr. Fábio Alves, advogado das famílias das
Torres Gêmeas, cel.: (31)8765 1680       

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Preso ex-diretor geral do IEF de MG


"O IEF é a atuarquia do Governo do Estado com a função de promover o disciplinamento, a fiscalização, o licenciamento e o controle da exploração, utilização e consumo de matérias-primas oriundas das florestas, da pesca e da biodiversidade em geral, bem como coordenar e promover ações de preservação e controle, inclusive combate a incêndios e queimadas florestais e manejo sustentado dos recursos naturais.


No tocante à regularização ambiental, é responsável pelas atividades agrossilvipastoris. O IEF ainda é responsável pela fiscalização e disciplinamento do uso, da substituição e da supressão de recursos da flora e fauna silvestres, terrestres e aquáticas do Estado." (Fonte: http://www.ief.mg.gov.br/)

Numa clara expressão da realidade política brasileira, pudemos ver hoje mais um exemplo de suspeita de corrupção por parte de um cidadão que deveria agir de acordo com os princípios do órgão que ele dirigiu. De acordo com os dois parágrafos acima, retirados do site oficial do IEF (Instituto Estadual de Florestas), Humberto Candeias deveria ter por obrigação a responsabilidade ambiental e social de defender e promover o exercício da legislação ambiental brasileira. Afirmo isso, pois acredito que mesmo não ocupando mais o cargo de diretor geral do IEF, as acusações que sondam esse cidadão datam do período em que ele se encontrava em tal cargo. 

Humberto Candeias  foi preso hoje em Teófilo Otoni, município do Vale do Mucuri em MG sob as acusações de colaboração em esquema de desmatamento ilegal para produção de carvão, desvio de recursos da autarquia, cancelamento de multas, apropriação indevida de honorários, pagamento indevido de diárias, acordos judiciais ilegais e fraude em licitações.

Pouco né? Fico me perguntando se algum dia terei a satisfação de ver as coisas acontecerem seriamente nesse país, pois os próprios responsáveis pela fiscalização e defesa, isso não só de nossas florestas, mas de nossas vidas, de nossa educação, saúde, segurança, cultura e tudo mais, eles próprios são os algozes de nossos direitos, de nossas necessidades, de nossas esperanças de um dia poder ver, construir e desfrutar de uma sociedade menos imunda.

Me lembro ainda de uma tia no interior que cortou uma árvore na calçada dela porque estava estourando o concreto, quase foi presa por isso, teve que pagar uma multa e ainda plantar outra árvore no mesmo lugar que dentro de pouco tempo estourará o concreto novamente.

Não posso me esquecer também de um casal idoso que conheci em uma de minhas andanças pelas serras de Minas, que não podiam tirar uns mourões para cercar suas criações, se fizessem isso teriam problemas com a fiscalização, e sem os mourões estavam perdendo muitas de suas criações por conta de roubos e até mesmo porque os animais fugiam.

E então? Humberto Candeias, se for comprovada sua culpa, terá problemas com a fiscalização como esses casos que contei? Cumprirá pena pelas irregularidades cometidas (se comprovadas)?  E sua candidatura para deputado estadual, como ficará? Vamos presenciar mais uma vez um caso de corrupção em que o suspeito, ou acusado (diante da comprovação das fraudes) passará breve férias na cadeia e voltará à sociedade para desfrutar de seus 'bens'?

O IEF é uma autarquia extremamente necessária e, apesar de certas desandanças, é séria. Existem pessoas que ocupam cargos de confiança e que merecem essa confiança. A questão é que enquanto o povo assistir na grande mídia tais notícias, desligar a tv, deitar e dormir, assim continuará acontecendo.


Alecsandra Cunha

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pequenas e médias propriedades são responsáveis pela produção de alimentos.

 
Todas as disparidades apresentadas nas áreas rurais da América Latina resultam diretamente nos níveis de produtividade da agropecuária. Essa questão se coloca com um dos fundamentais agravantes que impede o crescimento amplo de todo âmbito agrícola da América Latina.

Cerca de 70% de todos os produtos que compõe a alimentação básica da sociedade é oriunda das pequenas e médias propriedades rurais, responsáveis por disponibilizar no mercado, sobretudo milho, feijão, batata, inhame e mandioca, além de uma restrita produção pecuária (carne, leite, frango entre outros). Apesar da extrema importância na produção de alimentos, essas propriedades detêm um modesto nível tecnológico que reflete em uma baixa produtividade, essa defasagem de tecnologia é proveniente entre outros motivos pelo desprovimento de auxílios financeiros e assessoria técnica.

Por outro lado, os grandes latifúndios de produção monocultora alcançam elevados índices de produtividade em culturas destinadas à exportação, como cana-de-açúcar, café, soja, trigo, cacau e frutas tropicais. Além desses gêneros alimentícios, em diversos países esse tipo de propriedade rural é responsável pela exportação de carne, principalmente bovina que abastece mercados da Europa e outros continentes.

Os latifúndios recebem incentivos do governo por meio de facilidades na obtenção de créditos, esse processo é oriundo de influências externas de países que querem que seus mercados internos sejam supridos por essas grandes propriedades rurais com os produtos que elas produzem. Outro tipo de pressão que favorece as grandes propriedades rurais são os representantes dos governos, como deputados, senadores em que alguns casos lutam pelos interesses desses produtores, denominados dentro do congresso de bancada ruralista.

fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/agricultura-na-america-latina.htm

domingo, 27 de junho de 2010

Lei de MG permite destruir 70% da mata seca

A Assembleia Legislativa de Minas aprovou, em reunião extraordinária realizada na noite de quarta-feira, um polêmico projeto de lei que retira a chamada mata seca - na região norte do Estado - da área de preservação ambiental da Mata Atlântica. O projeto de lei 4.057/2009 - aprovado por 45 votos a favor e apenas 1 contra - permite o desmatamento de até 70% da área coberta pela vegetação, como prevê a legislação estadual, que é mais permissiva. Para virar lei, o projeto precisa ser sancionado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB).
Os defensores da nova lei afirmam que o fim do rigor na proteção ambiental é necessário para o desenvolvimento da região e levará à criação de 250 mil postos de trabalho. Ambientalistas e estudiosos afirmam que serão beneficiados, na verdade, grandes fazendeiros. A região tem como principais atividades o cultivo de frutas irrigadas, a pecuária e a produção de carvão vegetal. Com uma área remanescente de 16,1 mil quilômetros quadrados (48% do total), de acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a mata seca foi incluída na área de preservação da vegetação nativa da Mata Atlântica por decreto federal de 2008. Esse decreto proíbe o desmatamento de florestas nativas do bioma a não ser por motivo de utilidade pública e interesse social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Copyright © 2010 Agência Estado. Todos os direitos reservados.
Disponível em: http://br.noticias.yahoo.com/s/19062010/25/manchetes-lei-mg-permite-destruir-70.html
Acesso em: 19/6/2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Código Florestal reduz área protegida




Dedicado aos "agricultores brasileiros", o projeto com mudanças no Código Florestal apresentado ontem em comissão especial da Câmara dos Deputados reduz de 30 para 7,5 metros a área mínima de preservação ambiental às margens dos rios.
A medida integra um pacote de flexibilização das atuais regras de proteção do ambiente, estabelecidas desde os anos 60. Elas vêm sendo descumpridas pela maioria dos 5,2 milhões de produtores rurais do País.  
Veja também:
Caso a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) vire lei, caberá aos Estados definir quais áreas desmatadas devem ser recuperadas, inclusive com espécies exóticas. Na Amazônia, onde a proteção é maior, leis estaduais poderão reduzir para até 20% o porcentual de preservação das propriedades com vegetação de Cerrado. Por cinco anos a partir da vigência da lei, ficam suspensos novos desmatamentos, com exceção daqueles autorizados até essa data.
Em compensação, nesse período da moratória antecipada ontem pelo Estado, fica liberado o uso de áreas desmatadas até 22 de julho de 2008, sem risco de embargo. Essa é a data do decreto editado pelo presidente Lula em sua primeira tentativa de fazer valer o Código Florestal.
Por causa da pressão dos ruralistas, a aplicação de multas pela falta de registro das áreas de Reserva Legal e pelo desmatamento das Áreas de Preservação Permanente (APP) havia sido suspensa até junho de 2011.
Pelo projeto, há possibilidade de anistia completa aos desmatadores. As condições de recomposição serão definidas em planos estaduais em até cinco anos. Ou seja, as eventuais punições ficariam suspensas até o fim do mandato do sucessor de Lula.
Entre as mudanças mais relevantes, o projeto dispensa da exigência de Reserva Legal as propriedades com até 4 módulos. A medida varia para cada município, mas a maioria das propriedades do Sul e Sudeste deverá ficar isenta da preservação ambiental. O porcentual mínimo de 20% de proteção ambiental só seria exigido das parcelas de quem ultrapassarem os 4 módulos.
Entre as brechas, o projeto propõe estímulos aos produtores rurais que preservarem além das exigências da lei. Essas terras seriam convertidas em Cotas de Reserva Ambiental , um título público que poderá ser comercializado para compensar a Reserva Legal no mesmo bioma.
Argumentos. Os principais argumentos dos ruralistas na defesa de mudanças no código são o custo elevado da recuperação das áreas já desmatadas para uso do agronegócio, chamadas por eles de "consolidadas", e as consequências econômicas do suposto encolhimento da área dedicada à agricultura e à pecuária.
Segundo relatório, a redução de área ocupada pelo cultivo de alimentos e pela pecuária provocaria queda tanto no Produto Interno Bruto (PIB) como na arrecadação de impostos. A queda seria superior a R$ 22 bilhões.
Embora insista que ouviu argumentos de todos os lados, o relator apontou os agricultores como vítimas do código e criticou ONGs, a quem atribui uma espécie de conspiração contra o agronegócio do País.
"Assim vai o nosso agricultor, notificado, multado, processado, embargado na sua propriedade, mal arranca da terra o seu sustento e já se vê sustentando o fiscal ambiental, o soldado, o delegado, o oficial de Justiça, o promotor, o desembargador, o advogado, o banqueiro e a ONG que inspirou o seu infortúnio", escreveu Rebelo no relatório.


           fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100609/not_imp563613,0.php



Palavras minhas: e lá se vai o restinho do nosso Cerrado, matas ciliares, florestas e tudo mais... mas afinal, para o que elas servem né? Vamos derrubar tudo mesmo!! Triste, muito triste!!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lua Nova no Polo Norte



Estava eu passeando pela net e me deparei com essa imagem, achei
tão linda que resolvi compartilhar....

   Fonte: http://geographicae.files.wordpress.com/2007/05/northpoleluanova.jpg


sábado, 29 de maio de 2010

Frei Gilvander é afastado por postura em defesa dos pobres como sujeitos e protagonistas de suas lutas

Para Frei Gilvander Luis Moreira, seu afastamente está relacionado às criticas feitas contra a mineradora MDR, comandada pela Vale
 
Jorge Américo,
 
Radioagência NP
 
Conhecido na região do Planalto, em Belo Horizonte (MG), pelo apoio aos movimentos que lutam por reforma agrária, o Frei Gilvander Luis Moreira assumirá a Reitoria de um seminário carmelita e deixará de ser Pároco da Igreja do Carmo. A transferência deverá ser oficializada na próxima semana. Segundo o Frei, seu afastamento está relacionado às criticas feitas por ele contra a mineradora MDR, comandada pela Vale.
O frei também revela que seu afastamento é resultado do enfrentamento às multinacionais. Segundo informa, essa postura teve início em 1984, quando ele iniciou uma campanha para a construção de cisternas na região do semi-árido brasileiro. As ações se intensificaram em 2008, quando assumiu a direção paroquial.
“Assumimos a proposta concreta de lutar pela preservação dos mananciais de Capão Xavier e da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Aí, tivemos que entrar duro numa luta contra a mineradora MDR, que atualmente pertence a Vale. A partir daí, surgiram perseguições e ameaças de morte. Incomodamos muita gente entre os poderosos.”
Segundo Frei Gilvander, a Paróquia enfrentou problemas financeiros porque muitos deixaram de contribuir com o dízimo, devido à sua aproximação com os movimentos sociais.
“Começamos a perceber que pessoas de classe média alta e empresários que participam da Paróquia foram gradativamente demonstrando um descontentamento em relação a nossa postura em defesa dos pobres como sujeitos e protagonistas de suas lutas. Foi então que recebemos a notícia de que o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira, havia enviado uma carta ao Vaticano, exigindo mudanças na Paróquia.”
De acordo com Frei Gilvander, caso seja confirmada a decisão do Conselho Provincial, a transferência se dará no dia 31 de maio.



Palavras minhas: mais uma vez podemos ver a tirania e hipocrisia da Igreja Católica, uma instituição que se diz acolhedora de todos 'os filhos de deus', simplesmente se mexe ao ver suas rendas diminuirem por causa de uma elite que quer manter o sistema como está. Diante desse acontecimento, o afastamento de Frei Gilvander de sua paróquia, é possível observar inúmeros interesses elitistas, por parte da própria mineradora, por parte da grande mídia e pela própria Igreja.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Internacionalização da Amazônia

ESSA CALOU OS AMERICANOS.!!!
SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS



Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!
Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."
"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!





Da minha parte, sem mais comentários além de: Até que enfim um político brasileiro abriu sua boca de forma correta...

Dano Incalculável

Se a "possível"  energia nuclear iraniana é uma ameaça ao mundo, o que dizer desse desastre ambiental no Golfo do México. Pior que ainda tentam desviar a atenção do mundo para um suposto atentando terrorista no "coração"  de  New York  forjado pelas agências de Obama pra desviar a atençao, não só do povo estadunidense -  patrio-nacionalismo exarcebado -  como do mundo inteiro. Isso sim, é um atentado terrorista, não só à humanidade, mas como a toda espécies do planteta.

 http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Desastre-incalculavel/

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Show da Banda Boneco de Pano

 
Os bonecos são uma das mais antigas expressões culturais da humanidade. Com o passar dos milênios, esses objetos culturais tomaram um caráter mais infantil servindo de brinquedo para muintas gerações. Dizem que na África surgiram os primeiros bonecos de pano. No Brasil, ganhou popularidade entre crianças pobres, tornando-se objeto da arte popular. Os bonecos trazem a alegria que é uma maneira de ver o mundo quando estamos em estado de graça, como fazíamos na nossa infância. Boneco de Pano é o nome da banda mineira de Belo Horizonte que, como o brinquedo, traz de forma poética a magia das cores através de sons e performances. Surgida em Novembro de 2007, a banda conta com a maturidade e musicalidade de seus artistas que como um "liquidificador inteligente" e multi-cultural, se utilizam de uma infinidade de gêneros e ritmos sem, no entanto, ser eclético. No repertório músicas como Que beleza (Tim Maia, Racional), Preta Pretinha (Novos Baianos), A Banda (Chico Buarque), Alegria, Alegria (Caetano Veloso).  (Texto retirado da comunidade oficial da banda: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=42537413 )


Galera de BH e região, show imperdível dessa banda fantásticaaaaaa!!! Os caras mandam muuuuito bem!!!! Posso assegurar que ninguém se arrepende de correr até o show deles!!!!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nós, indígenas do Xingu, não queremos Belo Monte

Nós, indígenas do Xingu, não queremos Belo Monte :: Cacique Bet Kamati Kayapó, Cacique Raoni Kayapó Yakareti Juruna
  
Nós, indígenas do Xingu, estamos aqui brigando pelo nosso povo, pelas nossas terras, mas lutamos também pelo futuro do mundo
O presidente Lula disse na semana passada que ele se preocupa com os índios e com a Amazônia, e que não quer ONGs internacionais falando contra Belo Monte. Nós não somos ONGs internacionais.
Nós, 62 lideranças indígenas das aldeias Bacajá, Mrotidjam, Kararaô, Terra-Wanga, Boa Vista Km 17, Tukamã, Kapoto, Moikarako, Aykre, Kiketrum, Potikro, Tukaia, Mentutire, Omekrankum, Cakamkubem e Pokaimone, já sofremos muitas invasões e ameaças. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, nós índios já estávamos aqui e muitos morreram e perderam enormes territórios, perdemos muitos dos direitos que tínhamos, muitos perderam parte de suas culturas e outros povos sumiram completamente. Nosso açougue é o mato, nosso mercado é o rio. Não queremos mais que mexam nos rios do Xingu e nem ameacem mais nossas aldeias e nossas crianças, que vão crescer com nossa cultura.
Não aceitamos a hidrelétrica de Belo Monte porque entendemos que a usina só vai trazer mais destruição para nossa região. Não estamos pensando só no local onde querem construir a barragem, mas em toda a destruição que a barragem pode trazer no futuro: mais empresas, mais fazendas, mais invasões de terra, mais conflitos e mais barragem depois. Do jeito que o homem branco está fazendo, tudo será destruído muito rápido. Nós perguntamos: o que mais o governo quer? Pra que mais energia com tanta destruição?
Já fizemos muitas reuniões e grandes encontros contra Belo Monte, como em 1989 e 2008 em Altamira-PA, e em 2009 na Aldeia Piaraçu, nas quais muitas das lideranças daqui estiveram presentes. Já falamos pessoalmente para o presidente Lula que não queremos essa barragem, e ele nos prometeu que essa usina não seria enfiada goela abaixo. Já falamos também com a Eletronorte e Eletrobrás, com a Funai e com o Ibama. Já alertamos o governo que se essa barragem acontecer, vai ter guerra. O Governo não entendeu nosso recado e desafiou os povos indígenas de novo, falando que vai construir a barragem de qualquer jeito. Quando o presidente Lula fala isso, mostra que pouco está se importando com o que os povos indígenas falam, e que não conhece os nossos direitos. Um exemplo dessa falta de respeito é marcar o leilão de Belo Monte na semana dos povos indígenas.
Por isso nós, povos indígenas da região do Xingu, convidamos de novo o James Cameron e sua equipe, representantes do Movimento Xingu Vivo para Sempre (como o movimento de mulheres, ISA e CIMI, Amazon Watch e outras organizações). Queremos que nos ajudem a levar o nosso recado para o mundo inteiro e para os brasileiros, que ainda não conhecem e que não sabem o que está acontecendo no Xingu. Fizemos esse convite porque vemos que tem gente de muitos lugares do Brasil e estrangeiros que querem ajudar a proteger os povos indígenas e os territórios de nossos povos. Essas pessoas são muito bem-vindas entre nós.
Nós estamos aqui brigando pelo nosso povo, pelas nossas terras, pelas nossas florestas, pelos nossos rios, pelos nossos filhos e em honra aos nossos antepassados. Lutamos também pelo futuro do mundo, pois sabemos que essas florestas trazem benefícios não só para os índios, mas para o povo do Brasil e do mundo inteiro. Sabemos também que sem essas florestas, muitos povos irão sofrer muito mais, pois já estão sofrendo com o que já foi destruído até agora. Pois tudo está ligado, como o sangue que une uma família.
O mundo tem que saber o que está acontecendo aqui, perceber que destruindo as florestas e povos indígenas, estarão destruindo o mundo inteiro. Por isso não queremos Belo Monte. Belo Monte representa a destruição de nosso povo.
Para encerrar, dizemos que estamos prontos, fortes, duros para lutar, e lembramos de um pedaço de uma carta que um parente indígena americano falou para o presidente deles muito tempo atrás: ” Só quando o homem branco destruir a floresta, matar todos os peixes, matar todos os animais e acabar com todos os rios, é que vão perceber que ninguém come dinheiro ” .


* Cacique Bet Kamati Kayapó, Cacique Raoni Kayapó Yakareti Juruna, representando 62 lideranças indígenas da Bacia do Xingu
Fonte: Valor Econômico

Fonte: http://www.noticiasdaamazonia.com.br/11999-nos-indigenas-do-xingu-nao-queremos-belo-monte-cacique-bet-kamati-kayapo-cacique-raoni-kayapo-yakareti-juruna/

domingo, 25 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

Delicadesas

"A beleza existe em todo lugar. Depende do nosso olhar, da nossa sensibilidade; depende da nossa consciência, do nosso trabalho e do  nosso cuidado. A beleza existe porque o ser humano é capaz de sonhar." Moacir Gadotti. BONITEZA DE UM SONHO: Ensinar-e-aprender com sentido.

Demógrafo mapeia áreas de risco em Bertioga, Guarujá e São Vicente



Morro ocupado por casas de alto padrão em São Vicente: riscos são grandes para todas as classes sociais. Foto: Antonio Scarpinetti. 


O demógrafo César Augusto Marques da Silva, do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp, acaba de concluir uma radiografia das áreas de risco da Baixada Santista, mais especificamente nos municípios de Guarujá, Bertioga e São Vicente. Os resultados apontam para um importante risco existente na relação entre população e ambiente, principalmente se forem levadas em conta as mudanças climáticas ou alterações ambientais que ocorrem nas zonas costeiras e que são potenciais causadoras de inundações e de quedas de barreiras, sejam por desastre natural ou interferência do homem. No entanto, empiricamente, segundo Silva, é possível perceber que os riscos são diferentes para cada município. Em Guarujá, por exemplo, parte considerável da população vive em morros, enquanto em Bertioga isso não acontece porque existe uma planície litorânea bastante ampla, fazendo com que as pessoas fiquem mais próximas ao oceano. Consequentemente, elas se expõem mais aos riscos de inundações e também à elevação do nível do mar.
. Silva utilizou imagens do Google Earth em combinação com as malhas digitais por setor censitário (a menor unidade na qual os dados estão disponíveis) que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza na internet. A partir dessas duas fontes de dados, foi possível mapear onde estavam as áreas de morro, de inundação e de elevação do nível do mar em uma escala local.
A pesquisa, que é resultado da dissertação de mestrado de Silva, apontou ainda que o vínculo das pessoas com o litoral é diferente. Quanto mais perto do mar, maior é a porcentagem de domicílios que não são próprios, ou seja, são alugados ou cedidos pelos empregadores. Trata-se, de acordo com o demógrafo, de um paradoxo, uma vez que a maioria daqueles que residem em seu próprio domicílio vivem em áreas de morros distantes do mar, com um grau maior de risco. “Nesse caso, quando o risco se torna um perigo, quando efetivamente acontece o problema, certamente a pessoa terá uma perda maior do que aquela que está próxima ao mar”, disse Silva.
Mas, por que essas pessoas continuam morando nessas áreas? Silva explica que em sua dissertação que uma das dimensões do risco é o conceito do “recalcamento”, proveniente da psicologia. Trata-se da ideia de negar o perigo. Inconscientemente, a sociedade nega o risco e, assim, se torna incapaz de planejar ações contra o perigo. Exemplo emblemático é morar em locais de encosta. Para reverter esse quadro, explica o pesquisador, a primeira coisa a ser feita é admitir que o risco existe. “É preciso planejá-lo antes que se torne um perigo”, disse.
Outro ponto importante citado pelo autor da pesquisa é verificar exatamente qual o vínculo das pessoas com os lugares onde moram, porque essas situações chegam a acontecer e ninguém menciona isso. Para o demógrafo, esse é um campo muito importante no qual a dinâmica demográfica exerce um papel fundamental, uma vez que a mobilidade é parte importante das relações das pessoas com o local, sejam elas turistas de passagem ou pessoas que mantêm relações permanentes. “Os moradores permanentes podem não estar necessariamente brigando para enfatizar que esses riscos existem”, ressaltou Silva.
O demógrafo recordou ainda que, no caso recente do Rio de Janeiro, pesquisas do Nepo já apontavam que existiam riscos que culminaram com a tragédia que causou dezenas de mortes. Investigações do Nepo e da Agência Metropolitana da Baixada Santista também apontam o mesmo quadro para o litoral paulista. Estudos existem, complementa o demógrafo, e o que precisa ser feito agora é planejar para que sejam adotadas medidas preventivas. “Como demógrafos, temos que mostrar como a dinâmica demográfica impacta nesse sentido”, disse.
As áreas próximas aos morros e aos corpos d´água – consideradas de maior risco –, são aquelas que em termos gerais abrigam famílias com menor nível de renda e escolaridade e têm estabelecida uma relação de posse com o domicílio. “Precisamos adotar medidas pelo menos adaptativas porque, nessas áreas, a possibilidade de acontecimento de eventos extremos é maior. Não podemos mais culpar a chuva e o morro”, acrescentou. O objetivo é perceber como a forma de ocupação urbana nesses locais interfere no contexto.
Segundo Silva, o remanejamento das pessoas é fundamental. Muitas delas não estão ali por escolha própria – são, invariavelmente, pessoas de baixa renda e que não têm melhores condições de moradia, mas que criaram um vínculo com o lugar. “Não basta transferi-las. É necessário levar em consideração que elas têm uma história de vida e vínculo com o local”, argumentou.
Silva cita como exemplo o Guarujá, onde existem setores muito pobres em áreas de morro próximos ao mar coexistindo ao lado de setores mais ricos. Essa característica de estar no entorno de setores mais abastados não necessariamente fará com que haja uma prevenção mais eficaz contra os riscos. “Quando se fala de litoral, é importante lembrar que nem sempre as pessoas estão ali. Se o evento acontecer em uma segunda-feira, certamente atingirá um número menor de pessoas do que num fim de semana de verão. Portanto, é necessário conhecer a estrutura dessa população flutuante, uma vez que ela é diferenciada”, esclareceu.
Clima
Uma das coisas que os climatologistas estão apontando, com relação às zonas climáticas, é que o tempo de retorno de eventos muito extremos vem diminuindo. Para Silva, é complicado conseguir inferir diretamente que o fenômeno é resultante de mudanças climáticas. “Ainda que os modelos de previsão do tempo estejam sendo atualizados constantemente, será difícil ver as médias pluviométricas mudando”, alertou.
Fenômenos naturais observados mais recentemente em Angra dos Reis, Rio de Janeiro,Niterói e Florianópolis, além do Haiti e Chile, mostram a importância das regiões próximas ao Oceano na relação com as mudanças climáticas. Um ponto que a dissertação de Silva enfatiza é a necessidade de pensar a dinâmica demográfica desses locais porque esse é um ponto importante para a configuração do risco ambiental ali existente, e, também, para a capacidade de resposta dos indivíduos frente às adversidades.
Para o pesquisador, ainda que fatos como os ocorridos no Rio de Janeiro sejam totalmente indesejáveis, é importante que se reforce o debate sobre a situação nesse momento. Porque, se por um lado incentiva as discussões e as pesquisas, por outro confunde as pessoas. “Será que todas as áreas de encosta estão expostas a esses riscos?”, indagou Silva. Ao contrário da mídia, diz o autor, os estudos científicos não precisam vender argumentos. “Eles precisam construí-los de forma lógica e mostrar o que está por trás dos fatos concretamente, uma vez que dão a dimensão das causas. É necessário conhecer e estudar os fenômenos sociais”, disse. Para o pesquisador, parte da mídia tenta cobrir isso, no entanto, é importante que a questão da memória seja mais permanente, porque esse tipo de problema vai continuar acontecendo. “É preciso aproveitar esse período em que os eventos não acontecem com frequência para que os órgãos públicos tomem as devidas providências. Pode ser que no próximo verão nada disso aconteça, mas também pode ser muito pior. Temos que pensar quem são essas populações, o que elas fazem, porque residem nesses locais e qual a mobilidade delas”, acrescentou.
Na pesquisa de doutorado, o olhar de Silva vai se voltar para outros municípios, mais especificamente para Caraguatatuba (SP), que tem uma previsão de expansão urbana muito forte devido às obras da Unidade de Tratamento de Gás (UTGCA). “Os riscos no litoral norte paulista tendem a se amplificar, principalmente porque a faixa de litoral é bastante estreita. Nossa intenção é incentivar a adoção de políticas públicas mais conscientes, que sejam mais relacionadas à realidade e que considerem criticamente a existência dos diversos riscos ambientais”, concluiu.
FICHA TÉCNICA
Pesquisa: “População e riscos às mudanças climáticas em zonas costeiras da Baixada Santista: um estudo sócio-demográfico sobre os municípios de Bertioga, Guarujá e São Vicente”
Autor: César Augusto Marques da Silva
Orientador: Roberto Luiz do Carmo
Unidade: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)
Financiamento: Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Trilheiros do Sul

Os eventos dos Trilheiros do Sul tem o custo dividido entre os membros sempre visando a participação de todos e um custo acessível. As atividades são sempre conduzidas por pessoas que conhecem os lugares visitados e o grupo tem uma grande preocupação com a segurança dos seus membros e também com a degradação ambiental causada pela presença do homem em meio a natureza.  (Texto retirado do site oficial do grupo):



Para quem curte um exerciciozinho a mais!!!! vale a pena!  Fabiano Riffatti, um muitíssimo especial e grande amigo meu, faz parte da Comissão Organizadora do grupo e ficará feliz em recebê-los por lá, em breve me juntarei à eles também. Visitem o site, fotos, matérias, dicas e muito mais estão disponíveis.

Alecsandra Cunha

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Saudade

     Pôr do Sol no Guaíba - Porto Alegre - Dezembro/2009

Saudade...
Saudade de ver você...
Saudade de ter você...
Saudade de sentir você...
Saudade de acordar no meio da noite e me lembrar de você...
Saudade de poder dizer tudo o que penso...
Saudade de poder dizer tudo o que sinto...
Saudade do tempo em que podia dizer: que saudades!!!!!
Mas assim mesmo vou dizer: quanta saudades sinto de você!


Alecsandra Cunha

terça-feira, 13 de abril de 2010

ô dó gente!!!




Num to dizendo.... nosso sofrimento pode ser extremamente prematuro, ou não, mas.... sempre acontecerá!

domingo, 11 de abril de 2010

Diversão! É solução sim! Diversão! É solução pra mim!!!!!

Por acaso você já viu uma taça de vinho dizendo que vai te ligar no outro dia, e não liga?
Ou uma dose de tequila dizendo que é jovem demais pra se envolver?
Ou uma latinha de cerveja pedindo um tempo pra decidir se realmente é aquilo mesmo que quer?
Ou ainda uma garrafa de smirnoff dizendo que você é a pessoa certa na hora errada?
Por acaso uma garrafa de vodka já beijou alguém na tua frente?
Ou então você já levou chifre de um litro de whisky?

Não né?

Francamente... Vamo beber, porque amar tá FODA!


Muito boa essa!!! Eu precisava compartilhar!

sábado, 10 de abril de 2010

Um pouco de doçura...




Marinópolis - MG
Foto: Alecsandra Cunha - Jan/2010
 
"Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário 'recomeçar'.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período?
Foi aprendizado...
Chorou muito?
Foi limpeza de alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou em tudo que estava perdido?
Era o início de sua melhora...
Onde você quer chegar?
Ir alto?
Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Se pensamos pequeno...
Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e
Principalmente lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

(Carlos Drumond de Andrade)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

NOTA DE ESCLARECIMENTO DE MORADORES DE FAVELAS DE NITERÓI


Durante as chuvas no Estado do Rio de Janeiro, uma grande tragédia se abateu sobre a população que vive em favelas nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Logo em seguida, o governo do Estado responsabilizou a mudança climática e culpou as próprias vítimas, os moradores das áreas carentes, pela tragédia.
Nada mais sordido e agressivo do que ter que ouvir dos responsáveis pela administração e políticas públicas do Estado, que faturam com os royates de petróleo, que gerenciam o Estado capitalista, essa acusação. Obviamente, as autoridades governamentais já estão fazendo  da tragédia  uma grande oportunidade de negócio, a começar por fundamentar e impor a limpeza social, ou seja deletar os pobres, das áreas promissoras para a especulação financeira.

Estamos todos solidarios e empenhados com todo o movimento social em dar voz ao nosso povo e denunciar mais essa postura criminosa desse governo estadual. Nesse sentido, abaixo  reproduzimos a Nota de esclarecimento dos moradores de favelas de Niterói.


Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino RJ

Nota de esclarecimento
Nós, moradores de favelas de Niterói, fomos duramente atingidos por uma tragédia de grandes dimensões. Essa tragédia, mais do que resultado das chuvas, foi causada pela omissão do poder público.  A prefeitura de Niterói investe em obras milionárias para enfeitar a cidade e não faz as obras de infra-estrutura que poderiam salvar vidas.  As comunidades de Niterói estão abandonadas à sua própria sorte.
Enquanto isso, com a conivência do poder público, a especulação imobiliária depreda o meio ambiente, ocupa o solo urbano de modo desordenado e submete toda a população à sua ganância.
 Quando ainda escavamos a terra com nossas mãos para retirarmos os corpos das dezenas de mortos nos deslizamentos, ouvimos o prefeito Jorge Roberto Silveira, o secretário de obras Mocarzel, o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula colocarem em nossas costas a culpa pela tragédia. Estamos indignados, revoltados e recusamos essa culpa. Nossa dor está sendo usada para legitimar os projetos de remoção e retirar o nosso direito à cidade.
 Nós, favelados, somos parte da cidade e a construímos com nossas mãos e nosso suor. Não podemos ser culpados por sofrermos com décadas de abandono, por sermos vítimas da brutal desigualdade social brasileira e de um modelo urbano excludente. Os que nos culpam, justamente no momento em que mais precisamos de apoio e solidariedade, jamais souberam o que é perder sua casa, seus pertences, sua vida e sua história em situações como a que vivemos agora.
 Nossa indignação é ainda maior que nossa tristeza e, em respeito à nossa dor, exigimos o retratamento imediato das autoridades públicas.
Ao invés de declarações que culpam a chuva ou os mortos, queremos o compromisso com políticas públicas que nos respeitem como cidadãos e seres humanos.
 
Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói
Associação de Moradores do Morro do Estado
Associação de Moradores do Morro da Chácara
SINDSPREV/RJ
SEPE – Niterói
SINTUFF
DCE-UFF
Mandato do vereador Renatinho (PSOL)
Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)
Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK)
Movimento Direito pra Quem
Coletivo do Curso de Formação de Agentes Culturais Populares

Palavras minhas: espero que os leitores entendam que não tenho a intenção de espetacularizar essa tragédia como faz a grande mídia, mas sim, mostrar aqui as versões de quem realmente foi assolado pela tragédia. Sabemos que passado esse período, tudo será esquecido e os cidadãos serão obrigados à voltarem as suas vidas 'normais' - nunca mais as mesmas. Uma coisa é certa, dependeria da população se organizar na tentativa de cobrança das autoridades no sentido de evitar tais problemas, mas sabemos também que essa mesma população é impedida dessas ações quando é desprovida de educação e informação. Isso é estrategicamente delineado pelo poder público, quanto menos educação e informação, menores as chances de organização na busca de menor desigualdade socioeconômicas, culturais, políticas, espaciais e etc e etc.

Alecsandra Cunha
Geógrafa