Lapinha da Serra - MG - Junho/2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Preso ex-diretor geral do IEF de MG


"O IEF é a atuarquia do Governo do Estado com a função de promover o disciplinamento, a fiscalização, o licenciamento e o controle da exploração, utilização e consumo de matérias-primas oriundas das florestas, da pesca e da biodiversidade em geral, bem como coordenar e promover ações de preservação e controle, inclusive combate a incêndios e queimadas florestais e manejo sustentado dos recursos naturais.


No tocante à regularização ambiental, é responsável pelas atividades agrossilvipastoris. O IEF ainda é responsável pela fiscalização e disciplinamento do uso, da substituição e da supressão de recursos da flora e fauna silvestres, terrestres e aquáticas do Estado." (Fonte: http://www.ief.mg.gov.br/)

Numa clara expressão da realidade política brasileira, pudemos ver hoje mais um exemplo de suspeita de corrupção por parte de um cidadão que deveria agir de acordo com os princípios do órgão que ele dirigiu. De acordo com os dois parágrafos acima, retirados do site oficial do IEF (Instituto Estadual de Florestas), Humberto Candeias deveria ter por obrigação a responsabilidade ambiental e social de defender e promover o exercício da legislação ambiental brasileira. Afirmo isso, pois acredito que mesmo não ocupando mais o cargo de diretor geral do IEF, as acusações que sondam esse cidadão datam do período em que ele se encontrava em tal cargo. 

Humberto Candeias  foi preso hoje em Teófilo Otoni, município do Vale do Mucuri em MG sob as acusações de colaboração em esquema de desmatamento ilegal para produção de carvão, desvio de recursos da autarquia, cancelamento de multas, apropriação indevida de honorários, pagamento indevido de diárias, acordos judiciais ilegais e fraude em licitações.

Pouco né? Fico me perguntando se algum dia terei a satisfação de ver as coisas acontecerem seriamente nesse país, pois os próprios responsáveis pela fiscalização e defesa, isso não só de nossas florestas, mas de nossas vidas, de nossa educação, saúde, segurança, cultura e tudo mais, eles próprios são os algozes de nossos direitos, de nossas necessidades, de nossas esperanças de um dia poder ver, construir e desfrutar de uma sociedade menos imunda.

Me lembro ainda de uma tia no interior que cortou uma árvore na calçada dela porque estava estourando o concreto, quase foi presa por isso, teve que pagar uma multa e ainda plantar outra árvore no mesmo lugar que dentro de pouco tempo estourará o concreto novamente.

Não posso me esquecer também de um casal idoso que conheci em uma de minhas andanças pelas serras de Minas, que não podiam tirar uns mourões para cercar suas criações, se fizessem isso teriam problemas com a fiscalização, e sem os mourões estavam perdendo muitas de suas criações por conta de roubos e até mesmo porque os animais fugiam.

E então? Humberto Candeias, se for comprovada sua culpa, terá problemas com a fiscalização como esses casos que contei? Cumprirá pena pelas irregularidades cometidas (se comprovadas)?  E sua candidatura para deputado estadual, como ficará? Vamos presenciar mais uma vez um caso de corrupção em que o suspeito, ou acusado (diante da comprovação das fraudes) passará breve férias na cadeia e voltará à sociedade para desfrutar de seus 'bens'?

O IEF é uma autarquia extremamente necessária e, apesar de certas desandanças, é séria. Existem pessoas que ocupam cargos de confiança e que merecem essa confiança. A questão é que enquanto o povo assistir na grande mídia tais notícias, desligar a tv, deitar e dormir, assim continuará acontecendo.


Alecsandra Cunha

3 comentários:

  1. É uma vergonha...
    Semana passada aqui na Serra do Papagaio em Baependi e Aiuruoca, brigadistas que já estavam no local de um incêndio florestal, tiveram que voltar para a cidade de Aiuruoca, pois o IEF no papel da Sra. Solange responsável por essa região, não permitiu que o fogo fosse apagado sem as devidas autorizações desse orgão.
    Só voltaram no outro dia. Isso causou muita revolta entre os brigadistas pois o fogo se alastrou muito. Se tivessem apagado no início seriam uns 50ha de área queimada. Mas como não tinham autorização do IEF para apagar o fogo, essa área aumentou e muito para uns 200ha.
    Porque essa atuação do IEF tão anti-ecológica se eles são pagos para proteger o meio ambiente? Porque não podemos fazer nada nesta serra, em termos de melhorias em nossas habitações sem sermos multados e até embargados, se eles deixam o fogo queimar tudo?

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  2. Nao entendi a colocacao da jornalista na questão da sua tia que arrancou a arvore do passeio. Acho que esta questao de meio ambiente esta mal regulamentada e fiscalizada. Se voce compra um lote hoje e tem varias arvores voce tem de construir arvores igual ao "Tarzan" em cima das arvores porque ninguem deixa voce retirar uma arvore em regioes urbanas. Por outro lado na região amazonica assistimos a retirada da floresta com tratores gigantescos e correntes. Lã ninguem fiscaliza porque tem medo de morrer.
    Quanto a corruptos independentemente do meio ambiente devem ser presos.

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  3. Então anônimo, tu disse que não entendeu a colocação sobre a árvore da minha tia, mas é exatamente o que dissestes mais abaixo, nenhum pobre coitado, em área urbana ou rural pode tirar uma única árvore, mesmo com bons motivos, o que foi o caso dela, pq sempre se ferram. Enquanto isso, grandes empresários do agronegócio derrubam árvores pelo país a fora, não somente na Amazônia e nada lhes acontece. A questão ambiental não é mal regularizada no Brasil, já que temos uma legislação a esse respeito das mais evoluídas do mundo, mas co relação à fiscalização sim, essa não funciona. E isso,por vários motivos, tanto em função das propinas pagas aos funcionários, quanto às ameaças feitas por grandes empresários, também aos funcionários e ainda, a própria falta de funcionários. Enfim, não tenho grandes aflições com relações às podridões do nosso país, minha fase de Peter Pan já passou, as ilusões já se foram... Não vejo muita solução para os problemas ambientais do planeta, quer dizer, ver as soluções até vejo, assim como todo mundo, mas não acredito que elas sejam elencadas como prioridades no cotidiano mundializado.

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