Lapinha da Serra - MG - Junho/2010

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mini-curso Educação do Campo

Como parte das atividades do I Ciclo de Estudos sobre A questão agrária brasileiro, o qual tem por objetivos fomentar a reflexão crítica acerca da atualidade dessa questão no contexto da formação social brasileira, em suas diferentes escalas de manifestação espacial, o Grupo de Pesquisa em Educação e Território (GPET) realizará em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria (SMED), no próximo dia 03/10, nas dependências do Auditório da Prefeitura Municipal de Santa Maria, o mini-curso sobre Educação do Campo e o Papel do Projeto Escola Viva, a ser ministrado pela Professora Dra. Conceição Paludo (Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Docente e Pesquisadora da Fundação de Educação da

Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

Este espaço terá como público alvo, professores da rede municipal de ensino, acadêmicos das diferentes áreas do conhecimento e os próprios sujeitos do campo. Terá início as 8h:30mim do dia 03/10/2011 e término as 17h:30mim do mesmo dia, totalizando uma carga horária de 8 horas-aula.

As inscrições para o evento tem vagas limitadas e gratuítas, podem ser feitas pelo email gpet.ufsm@gmail.com, com seu nome completo, matrícula e curso.

Consulte: http://w3.ufsm.br/gpet/

Palestra Geografia Agrária Contemporânea

O Prof. Dr. Julio Cesar Suzuki palestrará sobre suas pesquisas na área da Geografia Agrária. Atualmente é professor na USP, coordenador dos grupos de pesquisa: "Agricultura e Urbanização" e "Território, desenvolvimento e agricultura", e ainda participa como pesquisador de outros grupos de pesquisa na UEL e na UNICAMP.

Contamos com a presença de todos nesse evento de suma importância.

Local: Auditório B - anexo do prédio 17 - UFSM
Dia: Segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Horário: 14h às 16h.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

“Os gaúchos e os outros”, uma análise de Luís Augusto Farinatti

Fonte: Alecsandra Cunha

A Semana Farroupilha sempre atiça os ânimos no Rio Grande do Sul. Os centros de tradição organizam festividades, “acampamentos” e bailes. O desfile de 20 de setembro foi institucionalizado como uma parada cívica. Inúmeras pessoas vestem trajes ditos “típicos” e participam das comemorações, condensando formas de sentimento regionalista que existem, de modo difuso, o ano inteiro. Porém, vem crescendo, nos últimos anos, uma contra-corrente que põe em questão as bases históricas dessa comemoração e, por aí, discute sua legitimidade. Parece que, cada vez mais, essa é também uma época de polêmica.
Uma parte das críticas dirige-se à representação do passado construída e ritualizada pela corrente hegemônica dentro do tradicionalismo. Outra parte questiona o culto a valores patriarcais que estavam unidos a uma hierarquia social extremamente desigual. Porém, não quero escrever especificamente sobre o tradicionalismo. Na verdade, há que se pensar para além dele. É perceptível, em diversos setores da sociedade, um sentimento regionalista difuso, incentivado por parte da mídia e utilizado pelos políticos. Esse sentimento de identidade não pode ser explicado apenas como produto do MTG, que não é seu único difusor e não conseguiria fazê-lo sozinho. Uma pergunta pertinente é indagar o porquê do sucesso social dessa identificação.
Não há dúvida que há vários modos de sentir-se gaúcho. Mas é fato que a maioria deles passa pela identificação com o gaúcho como figura mítica, primeva, fundamental. Ele teria sido o “tipo social” por excelência da região da Campanha, mas também existente em outras áreas. Os gaúchos teriam sido homens destros nas lides campeiras, que viveriam entre o trabalho como peões nas estâncias e a luta nas inúmeras guerras de antigamente (outra categoria vaga). Sua principal epopeia teria sido a Revolução Farroupilha, onde, guiados por líderes-estancieiros, que também encarnavam a “cultura gaúcha”, o povo do Rio Grande do Sul teria lutado contra a opressão do Império em busca de liberdade.

 Fonte: Alecsandra Cunha - Set/2010

As pesquisas históricas atuais mostram inúmeras divergências com essa representação. Em primeiro lugar, os agentes sociais com aquelas características atribuídas ao “gaúcho” eram apenas uma parte da população das regiões do Rio Grande do Sul, nos séculos XVIII e XIX. Provavelmente, nem eram a maioria. Uma pequena elite de grandes estancieiros acumulava a maior parte da riqueza no campo, mas, abaixo deles, existia uma miríade de pequenos e médios produtores de gado e lavoura que formavam uma forte base social. Isso ocorria mesmo nas regiões onde os grandes latifundiários eram muito expressivos, como na campanha. A produção familiar era, portanto, comum mesmo antes da proliferação de núcleos coloniais de imigrantes alemães e italianos. 
Além disso, a escravidão estava difundida por todo o interior do Rio Grande do Sul. Nas grandes estâncias, a mão-de-obra dos escravos campeiros, montados a cavalo, era imprescindível. Eles trabalhavam lado a lado com os peões livres. Além deles, diversos outros escravos trabalhavam nas roças, nos serviços domésticos ou como pedreiros, carpinteiros, sapateiros. A importância que tinham nessa economia explica porque a maioria dos líderes farroupilhas era contra a abolição da escravidão.
Por outro lado, ao contrário do que se repete em todos os chavões comemorativos, a Revolução Farroupilha não foi a luta dos rio-grandenses contra o Brasil. Uma parte importante dos moradores da província lutou a favor do Império. É impressionante como esse fato tende a ser minorado ou esquecido. Nem mesmo na região da Campanha, tida como base dos farroupilhas, havia tal unanimidade. Muitos dos líderes militares e grandes estancieiros, que ali viviam, eram legalistas.
Contudo, a vitória, nas construções posteriores, foi da imagem do gaúcho errante e lutador, combatente da Farroupilha, como se isso pudesse dar conta do que realmente importa na nossa história e, assim, justificar valores do presente. Essa escolha, é claro, explica muito mais sobre os homens do século XX e XXI, do que sobre um suposto “gaúcho histórico”. Um dos grandes atrativos dessa figura, é que ela se presta para estabelecer uma diferença com relação ao restante do Brasil. Muitas das características que gostamos de atribuir ao gaúcho são as que nos põem em contraste com uma imagem que construímos do que seria o brasileiro. Já se disse que ser gaúcho é a forma dos rio-grandenses sentirem-se brasileiros, que essas coisas estão unidas. Acredito que sim, mas na relação entre elas há também um componente de oposição.
Assim, os gaúchos de hoje, tal qual a figura mítica, seriam leais, viris, destemidos, guerreiros, não se dobrariam a tirania. Em contraposição, cria-se outro estereótipo dos brasileiros como desonestos, acomodados, submissos. Naturalmente, para funcionar, essa simplificação sobre “os brasileiros” impõe esquecer a imensa diversidade que ela encobre. E também fechar os olhos ao fato de que, entre 1817 e 1848, no mesmo contexto histórico da Revolução Farroupilha, outras revoltas análogas ocorreram no Pará, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Minas e São Paulo. A essa oposição agregou-se, ainda, a idéia de que a presença dos colonos imigrantes teriam tornado o gaúcho mais europeu e trabalhador, ou seja, mais distante ainda do que se pensa dos brasileiros.
Um lado bastante interessante do regionalismo é a busca de levar adiante aspectos de uma cultura local e não permitir que ela seja completamente submergida na padronização proposta pela globalização econômica e cultural. Não sentir vergonha de nossas especificidades culturais e permitir que elas floresçam é algo importante para a manutenção da riqueza cultural que reside na diversidade. Porém, um problema sério aparece quando, associado ao regionalismo, vem se colando um bairrismo que é cada vez menos inocente.
Não se trata de querer acabar com as mitologias. Todos nós as temos, elas nos ajudam a dar sentido ao mundo. Muito menos é o caso de pretender colocar o conhecimento histórico no lugar delas. Afinal, este também não está isento de mistificações e armadilhas. Trata-se, apenas, de oferecer à sociedade outras representações do passado e novas linhas de raciocínio que possam exercitar a reflexão e fundamentar posicionamentos menos definitivos.

Por: Luís Augusto Farinatti, historiador e professor do Departamento de História da UFSM

terça-feira, 12 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada




"Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade."


Confira o texto completo no link abaixo, vale a pena ler! Explica boa parte de problemas atuais da sociedade, como mendigos e índios queimados, profesosres agredidos em sala de aula, ou até mortos como aconteceu em BH no final de 2010. Pessoas mortas em atropelamentos nos quais o condutor bêbado paga uma fiança de R$500,00 e sai livre. A juventude de hoje não tem qualquer tipo de limite, isso é lamentável. 



Boa leitura e reflexão à todos!
Alecsandra Cunha

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Supremo reconhece união homoafetiva

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgarem as Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. As ações foram ajuizadas na Corte, respectivamente, pela Procuradoria-Geral da República e pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O julgamento começou na tarde de ontem (4), quando o relator das ações, ministro Ayres Britto, votou no sentido de dar interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer significado do artigo 1.723, do Código Civil, que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
O ministro Ayres Britto argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica”, observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF. 
Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, bem como as ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie acompanharam o entendimento do ministro Ayres Britto, pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer significado do artigo 1.723, do Código Civil, que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
Na sessão de quarta-feira, antes do relator, falaram os autores das duas ações – o procurador-geral da República e o governador do Estado do Rio de Janeiro, por meio de seu representante –, o advogado-geral da União e advogados de diversas entidades, admitidas como amici curiae (amigos da Corte).
Ações
A ADI 4277 foi protocolada na Corte inicialmente como ADPF 178. A ação buscou a declaração de reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. Pediu, também, que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões estáveis fossem estendidos aos companheiros nas uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Já na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, o governo do Estado do Rio de Janeiro (RJ) alegou que o não reconhecimento da união homoafetiva contraria preceitos fundamentais como igualdade, liberdade (da qual decorre a autonomia da vontade) e o princípio da dignidade da pessoa humana, todos da Constituição Federal. Com esse argumento, pediu que o STF aplicasse o regime jurídico das uniões estáveis, previsto no artigo 1.723 do Código Civil, às uniões homoafetivas de funcionários públicos civis do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Agricultura Familiar por: Bernardo Mançano Fernandes

Confiram no link abaixo a entrevista que o Prof. Dr. Bernardo Mançano Fernandes concedeu à Unisinos:


http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_entrevistas&Itemid=29&task=entrevista&id=42460


É interessantíssimo ver como um intelectual e profundo conhecedor da problemática camponesa brasileira é capaz de dizer com palavras muito claras o que o alto escalão do governo não quer ouvir, e nem grande parte da sociedade, essa sociedade egoísta e individualista produzida e reproduzida pelo capital. 

NOTA DE APOIO BREJO CRIOULOS E MOVIMENTOS SOCIAIS



"Ai de vós que ajuntais casa a casa e que acrescentais campo a campo, até que não hajas mais lugar e sejais os únicos proprietários da terra" Isaias 5,8
A Comissão Pastoral da Terra Norte de Minas apoia e solidariza com a luta dos movimentos sociais que vem ocorrendo de 25 de abril a 02 de maio em Belo Horizonte.
Apoiamos e solidarizamos também com as 350 famílias de quilombolas de Brejo dos Crioulos que estão neste momento sendo despejadas, por um aparato de guerra de mais de 200 policiais militares sob o comando do governador Anastasia do PSDB.
Os governos do PSDB e do PT (4 anos de FHC, 8 anos de LULA e AÉCIO e 4 meses de ANASTASIA e DILMA) até então foram incapazes de encerrar o processo de desapropriação do território quilombola de Brejo dos Crioulos. Nestes 12 anos o que esta comunidade tem recebido são os despejos (em torno de 10). Despejos esses realizados por tropas de guerra da PMMG sem e com mandados judiciais expedidos pelo Poder Judiciário (in - Justiça Brasileira) que prioriza a propriedade privada em detrimento do direito da função social que a terra deva exercer. Esses dois governos e o Poder Judiciário têm sido fiéis servos do Latifúndio. "Por onde passastes, tendo tudo em lei, plantaste o nada".
Enquanto decisões judiciais como a prisão dos mandante da chacina de El Dourado, de Felizburgo e tantos outras não são tomadas, enquanto a Reforma Agrária é abandonada pelo poder, nos resta solidarizarmos e apoiarmos as lutas sociais.
Comissão Pastoral da Terra
Norte de Minas 

Fonte: mensagem recebida pelo e-mail pessoal.

sábado, 16 de abril de 2011

I Ciclo de Estudos: A Questão Agrária Brasileira

Começa na próxima segunda, dia 18 de abril o I Ciclo de Estudos: A Questão Agrária Brasileira,  na UFSM, organizado pelo GPET (Grupo de Pesquisa em Educação e Território) e NARUA (Núcleo de Apoio à Reforma Urbana e Agrária). As discussões serão abertas à todos os interessados, estudantes, professores e comunidade em geral. A programação segue abaixo.